Reunião entre Iema e movimentos sociais não avança e pode haver nova manifestação a qualquer momento
Publicado em quinta-feira, 21 de outubro de 2010 às 15:45
Uma reunião entre as lideranças de movimentos sociais e a diretoria do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) aconteceu nesta quinta-feira, 21 de outubro, às 9 horas, na sede do instituto. No entanto, pequenos foram os avanços, de acordo com representantes dos movimentos populares presentes. Por isso, pode haver nova manifestação a qualquer momento.
A reunião só aconteceu porque mais de cem companheiros ligados a movimentos sociais e ambientais ocuparam um dos prédios do Iema em Cariacica, na manhã da última quinta-feira (14). Os companheiros do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES) estão apoiando as reivindicações das lideranças.
Segundo Vitor Noronha, membro do Movimento Estudantil da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o ponto mais defendido era a interrupção do licenciamento ambiental prévio concedido à Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), em Anchieta, no litoral Sul do Estado, mas a diretoria do Iema não se mostrou favorável aos moradores.
“A diretora se mostrou eufórica e entusiasmada com a instalação da empresa e o tempo todo fazia exaltações a respeito do empreendimento. No nosso entendimento, o órgão deveria se manter neutro”, destacou Vitor.
O companheiro disse ainda que a diretora do instituto chegou a chamar as 100 famílias que moram nas comunidades de Chapada do Ar e Monteiro, onde a CSU visa ser instalada, de “teimosas”, alegando que a Vale (mantenedora) estaria oferecendo um valor mais alto que o de mercado para a compra dos terrenos.
“Foi feito um plebiscito na região e 98% das famílias informaram que não querem vender seus terrenos por preço algum. O Iema ainda acusou lideranças de movimentos sociais de estarem manipulando as comunidades para evitarem a venda dos terrenos, o que não é verdade”, defendeu Vitor.
Um dos pontos que o instituto se comprometeu foi viabilizar aos movimentos sociais o acompanhamento dos estudos complementares da área para verificar as irregularidades.
“O Iema reconheceu que, caso a empresa não comprasse dos moradores os terrenos não haveria instalação. Mas ainda há um longo caminho pela frente e não vamos desistir. Podemos fazer novos movimentos a qualquer hora”, ressaltou Vitor.
Uma cartilha com informações sobre a negociação e a ampliação dos debates são alguns dos meios previstos para que a sociedade compreenda a realidade das comunidades de Anchieta.