Enfim, um tucano preso. Motivo? Se filiou ao PT!
 

Publicado em segunda-feira, 30 de novembro de 2015 às 16:52

 
Mal a imprensa anunciara, na quarta (25), a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, na 20ª fase da Operação Lava Jato, a piada pronta já se espalhava pelas redes sociais:

- Hoje é um dia histórico para o país... finalmente um tucano foi preso!

- Verdade? Não acredito... o que ele fez?

- Um monte de coisas que não devia... mas, principalmente, se filiou ao PT!

A piada serviu para o regozijo para boa parte da militância petista, que jamais enxergou em Delcídio “um dos seus”. Mas não reflete toda a verdade. Como também não o fazem as manchetes dos jornalões que estamparam a prisão do “senador petista”.

Delcídio não é exatamente petista. Nem tão pouco tucano. É uma espécie de ser híbrido – meio petista, meio tucano – cuja prisão escancara que a corrupção na Petrobras não começou com a chegada do PT e nem respeita siglas partidárias, embora a justiça pareça não querer enxergar isso.

Natural de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, Delcídio é aquele tipo de político que tem bom trânsito entre partidos diversos. No início da carreira, atuou na Eletrosul, na Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia e foi presidente do Conselho de Administração da Companhia Vale do Rio Doce, que viria a ser privatizada mais tarde pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

Em 1994, foi nomeado ministro de Minas e Energia pelo então presidente Itamar Franco, que tinha Fernando Henrique Cardoso à frente da Fazenda. Durante o governo do tucano de FHC, se filiou ao PSDB e acabou assumindo a diretoria de Gás e Energia da Petrobrás. Foi lá que ele conheceu Nestor Cerveró, que atuava como seu sub-diretor, e hoje o acusa de pressioná-lo a se calar na delação premiada.

Também foi nesta época que ele começou a se relacionar com Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como um dos principais operadores do esquema da Petrobrás, que, em delação premiada, afirmou que foi Delcídio quem indicou Cerveró para a diretoria da estatal, já em tempos de governo petista.

Em 2001, quando o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso caminhava para o fim, aceitou o cargo de secretário de Estado de Infraestrutura e Habitação no governo do Zeca do PT. Em 2002, candidato ao Senado, já pelo PT, e foi eleito com cerca de 500 mil votos.

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Fonte - Carta Maior