Manabi aprova mina e quer porto e ferrovia em Linhares
 

Publicado em sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015 às 14:44

 
Por Gilberto Medeiros

Com a aprovação da emissão da licença prévia para a implantação da exploração em Morro do Pilar pelo Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam-MG), na madrugada da última sexta-feira (7), a Manabi S/A confirmou que pretende construir 80 quilômetros de ferrovia e um porto em Linhares para escoar o minério extraído em Minas Gerais. Há temor por prejuízos ambientais.

Para escoar 25 milhões de toneladas, capacidade de produção do Morro do Pilar, a Manabi também vai instalar um mineroduto. Serão 511 quilômetros de extensão, passando por 23 municípios, sendo 19 em Minas Gerais e três no Espírito Santo (Baixo Guandu, Marilândia, Colatina e Linhares).

Tanto o mineroduto quanto o Porto Norte Capixaba estão em fase de licenciamento ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis do Estado (Ibama-ES).

A Manabi também informou sobre um “Acordo de Investimentos e Contrato de Transporte” firmado com a Vale para a implementação de um ramal ferroviário de aproximadamente 80 quilômetros, conectando a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) à área do Porto Norte Capixaba.

Caso obtenha aprovação para a ferrovia e o porto, a Manabi terá a possibilidade de explorar atividades de importação e exportação que chamou de “demandas”. A empresa está elaborando o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o ramal ferroviário.

Economia

Segundo cálculos da empresa, durante a implantação do projeto Mineroduto Morro do Pilar – Linhares e Porto Norte Capixaba, a expectativa é que sejam gerados sete mil empregos, sendo 5,5 mil no mineroduto e 1,5 mil no porto. Na fase de operação serão 900 empregos, desses 750 no porto e 150 no mineroduto.

Devem ser gerados aproximadamente R$ 150 milhões em tributos municipais, estaduais e federais. Durante a fase de construção, a previsão é de acréscimo principalmente na arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) pela prestação dos serviços diretamente voltados para a obra. Na fase de operação, o ISSQN vai ser apurado sobre os serviços portuários.

Prejuízo ambiental

Um grupo de pesquisadores com biólogos, geógrafos, oceanógrafos e outros prosfissionais está coletando assinaturas para uma carta aberta à sociedade de Minas Gerais e do Espírito Santo. É o mesmo grupo que elaborou um estudo independente e emitiu parecer em que apontam prejuízos ambientais para uma área de preservação na região do Degredo, próximo à Regência.

Eles temem por impactos causados aos ecossistemas marinhos por dejetos químicos da atividade no porto e pela construção do mineroduto, que vai rasgar três municípios capixabas. “Preocupa também o impacto social, pois a maior parte desses empregos anunciados são provisórios, acabam com o fim da obra depois de dois, três anos. Aí vai aumentando o número de desempregados”, contou Alessandro Bayer.

 
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