Nota pública sobre a morte da professora em Vila Velha
 

Publicado em quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015 às 16:39

 
O Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, criado pela Lei Estadual nº 5.165/95, no seu dever ético-político de defender universal e integralmente a vida e a dignidade humana e de se contrapor a todas as formas de violência, vem a público consternado e estarrecido lamentar a morte da professora Mirian Rocha Tavares Peixoto, 40 anos, no exercício da sua profissão pública e amplamente reconhecida como uma das mais nobres e importantes para a formação de quaisquer cidadãos.

As reportagens vinculadas nos jornais revelam que a professora foi atingida por um tiro de arma de fogo – “bala perdida” – durante um tiroteio entre gangues rivais, quando se dirigia para a Escola Municipal de Ensino Fundamental Juiz Jairo de Mattos Pereira, na última terça-feira, 10 de fevereiro, no bairro São Torquato em Vila Velha/ES, seu local de trabalho.

Este Conselho presta solidariedade aos servidores da educação, alunos e familiares da professora e pugna pela apuração dos fatos, com legalidade, rigor investigativo e utilização dos recursos tecnológicos disponíveis para auxiliar na elucidação do crime.

A tragédia que estamos emergidos marcada pela descartabilidade da vida humana e fortemente vinculada a um excludente modelo de socialização das riquezas, exige de todos nós, sociedade e Estado, a construção de um novo paradigma de segurança pública. Mais do que nunca, precisamos fortalecer as políticas de desarmamento – luta que vem sendo travada por este Conselho e pelos Movimentos de Direitos Humanos no Espírito Santo há tempos, sobretudo durante a Campanha Pelo Desarmamento realizada nas vésperas do Referendo de 2005. O fácil acesso a armas no Brasil ainda é uma realidade infeliz que merece maior atenção do Estado e da sociedade como um todo.
 
Fonte - Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo