Mesmo com fim do rescaldo, brigadistas permanecem de plantão em terminal do Porto
 

Publicado em segunda-feira, 21 de outubro de 2013 às 10:27

 
Foram necessárias mais de 48 horas para que os soldados do Corpo de Bombeiros deixassem a área do Porto de Santos onde, na última sexta-feira, foi atingida pelo maior incêndio da história do complexo. No entanto, brigadistas da Guarda Portuária, assegurados com caminhões-tanque, permanecem de prontidão no entorno das instalações caso ocorra uma reignição do fogo.

Segundo o chefe do departamento da Defesa Civil de Santos, o coronel Daniel Onias, as equipes trabalham no processo de limpeza e remoção dos escombros de dos resíduos deixados pelo incêndio, o que permitirá a reconstrução das instalações. Segundo ele, há risco da estrutura metálica dos seis armazéns atingidos estão comprometidas, mas ainda falta avaliar a parte de concreto do complexo.

Desastre ambiental

Na manhã de domingo, técnicos da Cetesb passaram o período da manhã coletando amostras de água e pescado na região onde armazéns do Terminal da Copersucar. Após a descoberta de centenas de peixes mortos no sábado, como badejos, linguados, bagres e baiacus, a agência ambiental retirou material para análise de quatro pontos onde houve registro de ocorrências: o terminal de catraias; o Concais e em dois trechos próximos ao Armazém 21.

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Técnicos da Cetesb identificaram nível crítico de contaminação nas águas do Canal do Estuário

Os laudos devem ser concluídos em até uma semana, mas avaliação preliminar dos especialistas confirma a contaminação. “A água jogada no açúcar escoou para as galerias pluviais”, explica o químico da Cetesb, Fernando Ferreira Arruda. Medição realizada pela equipe do órgão ambiental indicou “nível crítico” na qualidade da água, próximo ao terminal. Situação que pode perdurar, tendo em vista que o trabalho de rescaldo do Corpo de Bombeiros não tem previsão ainda de término.
Por telefone, a assessoria de imprensa da Copersucar informou que o terminal atua desde sábado na tentativa de mitigar os impactos. Sobre as vítimas do incêndio, três funcionários da Copersucar permanecem internados na Santa Casa de Santos. Um deles sofreu queimaduras e está na UTI. Segundo a assessoria de imprensa do terminal, o homem está fora de perigo e consciente.
Foram necessárias mais de cinco horas para que os mais de 100 homens do Corpo de Bombeiros, da Guarda Portuária, da Polícia Militar e dos brigadistas do Porto de Santos pudessem conter o incêndio de grandes proporções no recém reformado e ampliado Terminal Açucareiro da Corpersucar (TAC), localizado na Margem Direita. O fogo, iniciado às 6 horas de sexta-feira, destruiu seis armazéns, onde estavam cerca de 300 mil toneladas de açúcar.
Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas. Uma delas teve queimaduras graves pelo corpo e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Santos. Duas estão em observação e uma delas foi liberada no mesmo dia.
Além da atuação em terra, outras equipes integraram o trabalho de contenção. Do mar, três rebocadores, utilizando fortes jatos de água, focaram a extinção das chamas nos armazéns costeiros (20 e 21). Do céu, o helicóptero Águia 8 saiu da capital paulista para que pudesse jogar água de uma cesta por cima dos demais armazéns atingidos no TAC (VI, XI, XVI e XXI). O compartimento da aeronave era reabastecido no Canal do Estuário, em voos rasantes.
 
Fonte - A Tribuna On-line (Santos)